terça-feira, maio 26

O Último de Meus Poemas (R.I.P.)

Aqui vos deixo, meus amigos
O último de meus poemas
Aquele que ficará em minha lápide
Aqui Jazz o eterno sonhador, Wisher

Como todos os rios têm um desaguar
E todos os dias têm um anoitecer
Aqui morro também com eles

De mim, vos posso dizer,
Que sempre os outros tiveram medo
Ninguém me quiz conhecer
Riram de minhas ideias
Rejeitaram meu amor
Morro assim, como um segredo

Um carinho a quem me lê
Uma lágrima por cada um de vós
Até um dia, meus amigos
Aqui jazz, o último de meus poemas

Uma Ceara Sobre a Lua

Assim como a sinto, e a vejo
Com o olhar a beijo
Mas jamais falo, ou me mostro
Apenas a olho, sereno e perplexo

E passando os dedos pela fina seda
Que é sua imaginação
Como um leve vento acaricia as cearas
Me escondo pelas flores
Por entre orquídeas e cravinas

Paira a sensação de descoberta
Uma conterrânea minha
E ela, assim só
Desfila p'lo vale da fantasia
Eu a miro
Alegria minha, que a vejo
E amo vê-la

Na eternidade temporal
Durante segundos eternos
Uma gota de água pára perante tudo e todos
E aí fica...
Beleza sua
Verdade minha...

O Palácio (Chão de Pétalas)


Sinto as pétalas passarem
Como se fossem grandes rochas leves
Batendo no chão que sou eu
E sozinho neste céu
Que é a pura sensação da vida que adoro
Como se fosse uma enorme luxúria humilde que me acolhe
Uma luxúria humilde e nobre de sensações tranquilizantes
Como um calmante para a alma
Que me acalma
E me faz feliz
Aqui, hoje, agora
Sinto-a como nunca
E mais uma vez, sou feliz
Nobre a hora, que me quiz para sentir
Obrigado, ...

segunda-feira, maio 25

Não Chores Meu Amor

Não chores meu amor
Alegra-te
Não consigo olhar-te chorar
Sorri, que teu sorriso é amor
E fantasia teu olhar
Não chores, vamos sonhar

Meu Amor

Rosas em canteiros de sentimentos
O teu sorriso preso em meu pensamento
Tuas lágrimas doces
Que me consomem

Um beijo em teus lábios meu amor
Por favor, liberta-me de teu olhar
Liberta-me, por favor...

Teus Olhos

Teus olhos são amor
Teus olhos são mar
Teus olhos não são mais amor
Teus olhos são amar

A Mala

Amo-a sem nunca ter gostado dela
Que raro sentimento este
Amo-a assim sem a ver
E amo-a quando a vejo
E depois de a ver

Sinto, que antes d'a ver já a amava
E antes de nascer, já a tinha amado
E quando morrer vou amá-la
E depois disso também
E se voltar a nascer
A não vou amar
Pois é impossível morrer, só por amá-la

...Já te disse que te amo?

Incons(ciente)

Limiares de meu ser
Algos que nem vejo entender
Profundidades abstratas
Subjeções temporais

Sentimentos em prisões
Nadas que me sentem
Sopros de silêncio em meu redor
Os sonhos puxando-me, com mãos de petróleo
E tranquilo, prossigo, de cabeça-chão

Miares de gatos pretos
Cabras pulando
Lá ao fundo um Ser
Era eu, chorando

Quando Tinha, Eu, Piada

Houve um tempo em que tinha piada
Que se riam do que eu fazia
Riam-se muito, à gargalhada
Muito, muito, de noite e dia

Riam-se tanto, tanto, mas tanto
Até quando nada fazia
Riam-se chorando, quase num pranto
Tanto, tanto, que até doía

Riam-se muito, já só por rir
Faziam-me rir a mim também
Já nem podia tossir
Riam à gargalhada como ninguém

Houve um dia que me chatiei
E deixei d'os fazer rir
Riram-se então, porquê, nem sei
Deu-me vontade de não me rir

Agora passo lá ao pé deles
Mas não se riem jamais
Agora farto-me eu de rir
Rio, rio, destes animais

Solidão, Em Meu Quarto Deitado

Sozinho, em meu quarto deitado
Vejo a luz lá de fora, amarela, pelas percianas
Sinto que sou a única pessoa no mundo
E que escrevo para não me esquecer disso
A televisão avariada, preta e grande
Sempre me fez companhia
Noite e dia, noite e dia
A mochila lá ao canto
Já cansada de anos tantos
Guarda histórias de alegria
De cheiros a lápis de carvão, e borrachas verdes
O armário gigantesco, lá ao fundo
Esconde mais de mil e um mundo
E eu sempre me escondia lá, desde os tempos de miúdo
Estrelas no topo, no tecto
E uma lua cheia, bem grande
Os cometas passam pelas paredes
Como que por mim gritando
Um tapete, um candeeiro
A persiana, já coberta de nevoeiro
Sei que estou sozinho
Sei que estarei só, esquecido, abandonado
Sei que isto eu sei
Sei tudo isto, só, em meu quarto deitado

Poemas em Meus Versos

Versos de meus poemas
E poemas em meus versos
As verdades que me são pequenas
Em coisas das quais me esqueço

Me esqueço e desconheço
Pois nunca de mim se lembraram
Nem lembraram de se me lembrarem
Se me tivessem lembrado delas
Talvez as esquecesse hoje, chorando

...

Há que aproveitar tudo nas coisas
O que elas têm, e o que elas o não têm
Há que aproveitar o bom e o ruim
E o que nossos olhos o não vêm

A Procura

Vou-me sentar a sentir as coisas
A comer um gelado
A seguir vou trabalhar
E filosofar mais um bocado

Quero encontrar a cura
Que nos curará a todos
A pura calma d'alma
O sentimento, que não se sente
E tampouco se compreende

P'ra quem me lê, escrever agora
Explicar, já desisti
Talvez um dia, possam experimentar
Isto que descobri

A Representação


Represento-me como um ser
Um animal que come e voa
Represento-me como abstração
Uma energia calma e pura

Uma alma que madruga
Na procura do inexistente
E se encontro, ou a não encontro
Fico feliz, fico contente

domingo, maio 24

Piano dos Sonhos - Fantasia in D Minor

O piano da vida
Que me toca levemente
Me toca, me toca
Me toca e me mente

Melodias sem dias
Melodias de encantar
O piano toca baixinho
Para não me acordar

Acordes de fantasias
Notas de amar
Prosas e poesias
Viajens ao luar

Noites mágicas
Calores vindos das estrelas
Sonhos e atrações
Subjecções ofegantes

A lua sempre foi meia
Lá, é cheia
E adora-nos, acaricia-nos
Dá-nos conversa por hora e meia

Levezinho piano...
Em planícies de ceara por onde ando...

O Mu(n)do de Amor

Um poema à união
Um poema à paz
Um poema aos inocentes
Um poema ao carinho...

Uma estrofe às crianças, puras, de sorriso fácil
Uma estrofe à bela mãe
Uma estrofe à Natureza
Uma estrofe aos abandonados e seus sonhos

Um verso aos corações sem rumo
Um verso ao seu rumo também
Um verso à saudade
Um verso a ti...

Ela, Pantera de Cabelos Azuis

Cereja de Primavera
Flor de Alecrim
Olhos de Pantera
Infinitos, infinitos, sem fim

Lábios de morango, rosa
Aura em sua volta
Como que quando chove
E ficamos à janela, a ver as gotas cair
Prosa, em seus cabelos azuis

E paixão
Chocolates irrequietos que pulam no estômago
E orvalho de uma nova manhã
Em meu ser
Ao a ver...

Este Algo

Jamais terei como descrevê-lo
Este algo que me atravessa a alma
Pensei conseguir entendê-lo
Mas me espicassa com tanta calma!!

Que enlouqueço em seu ardor
E adormeço em sua dor
Amor, amor...
Oh amor!

A Ti Te Espero...

Se és tu uma flor
Tua alma, pétalas de amor
E teu coração, seja o que for
É belo...

Numa comparação
Em que não se compara
Teus olhos como liberdade cativante
Meu coração quase pára
Ao contemplá-los de rompante

E adorável expressão interior
Que beija teu ser
A aura que te abençoa
Alma de meu viver

quarta-feira, maio 13

A Vida Esquecida

Impossível sonhar
E viver sonhando
A vida me sonha
A sonho chorando

Me sente sonhadora
Cantando e pulando
Meu sonho é simples
Vivo sonhando

Acordo sonhador
Mas dormindo vivendo
Que sonho de dor
Eu não compreendo

Talvez me queira
P'ra ficar sozinho
Que tanto me quer
Até se esquecer
Que não vivo sem ser, sozinho

Subjectivo Vs Viril

(Subjectivo) :
-Sentir se arrepia
Quando a ela lhe ouve
Fantástica sensação discreta
Descrita como flutuante
Repleta de uma alegria contagiante
Restrita, que nos guia

Sente, sente
Que quem mente
Nem sempre o entende...

(Viril) :
-Felicita-me parente
Que te tiro deste sofrimento
Que é o desejo do querer entender
O inentendível velho rabugento
Da paixão fogosa, vivida no tempo
Cansada igual fermenta... fermento

E a ti te ajuda, que te olho atento
E p'lo cérebro te agarro
E te tiro de dentro
Subjectivo, tolão, cabeça de vento!

Sonhos de Uma Vida

Uma infância vivida
Na esperança de uma vida
Entre cheiros de limões
Malmequeres e terra molhada

As memórias alegres
De uma inocência apagada
Mas presente
Em forma de esquecimento
Ausente, leve
Como rosas ao vento

Só por um pouco
Só por um momento
Imaginemos que tudo era
Como foi no nosso tempo

Afastados, brincando felizes
Em lugares brindados por estrelas
E noites passadas ao relento

O pensamento, ário, reprimido
Fechado numa janela, por ela
Lá... bela

Névoa Nebulosa

Enevoado se vê
Me matam os olhos
E enquanto a vejo
Escuridão aos molhos

Névoa Nebulosa
Me vê cá por dentro
E olhando p'ra fora
Esbufeteado pelo vento
Acorrentado p'la sina
Do meu sofrimento

Arrisco uma vez
Aproveito um momento
Azar siamez
A meu comportamento
Falhei outra vez
Nebulosa cá dentro

Acendo uma chama
Em meu coração
E o sangue se derrama
Inundando o chão

Deito-me na cama
Esqueço esta paixão
E orientado pela chama
Peço-me perdão

Rosas e Orquídeas

Rosas e Orquídeas
São vocês meus amores
Como prosas esquecidas
Na intermitência
De uma inconsciência de sabores

Rosas de dores
Orquídeas sem cores
Iguais, igualzinhas...
A meus amores

terça-feira, maio 12

Ana Margarida

Um verso...
Um desejo...
Com esta estrofe
Rosa, te beijo...

Tua mão...
Teu coração
Belo como Teu coração
Olhares saudosos de despedida
Eu Te amo, Ana Margarida...

Sou Eu Quem Escreve Meus Poemas

Uma subjeção que é minha
E que nem Ninguém m'a pode tirar
Escrevo versos com farinha
E se me apetecer, estrofes sem par

Escrevo palavras inexistíveis
Que são difíceis de explicar
Mas não me surgem da imaginação
E sim da vontade de me expressar

Às vezes palavras não bastam
Para descrever um complexo de estar
Um sentimento, uma abstração
Um monumento nutrido de emoção

Um poema...
Um sentimento...
Um algo...

O verso branco
Escreve-se a letras pretas
Ao se bronzear de sentimentos

E digam-me a mim
Como poderão letras e palavras
Descrever nossa subjecção?
Ou o cheiro de alecrim?

Coração de Orquídea

Um sentimento
Uma abstração
E em tal momento
Orquídeas no coração

Beijando-o com uma sensação
De sopros e calores
Mistério e sabores
Coração de Orquídea
Vocês, meus amores

Violino Tocava...

Violino tocava
Esperava sozinho
E enquanto o fazia
Calado, quietinho
Amarras no peito
Amarradas, apertadas

Brindava com vinho
Ás estrelas apagadas
Ouvia-as falar
Distantes, sozinhas

Sério sorria
E viu-a partir
A melodia sem alegria
Em ousadia, sentir, a ouvia

Despediu-se do dia
Viu a noite nascer
Possesso, gelado
Arrebatado p'lo bater
De um coração parado
P'la escuridão n'alvorada

Violino tocava
Amargo, sereno
A festa apagada
Os cheiros de pequeno

Experiências

Os que me deram sem dar
Dando-me força e paixão
Os que não me deram, mas deram
Uma outra visão

Aqueles que me ofereceram
De boa vontade e coração
Os que não me quizeram
Certos da minha descapacitação

Todos me deram
O que deram e darão
Se um dia me conheceram
A toda a hora me dão

Abstraímo-nos resolutos
Procurando absolsão
E é aí que surge a consciência
Remetendo-nos ao perdão

Sempre fortes por fora
Mas por dentro já não
Aquilo que escolhemos outrora
Reina agora, leão

Meu Fado

Tenho pena...
Tenho tanta pena!
Assim o rei Estino quis
E esmorecesse-me a alma
Tanta paciência...
Tanta calma...

Ao sabor da influência
Do eu sonhador
Que sonhava cantando
Pulava curioso

Se lh'o digo
Morre o sonhador
E se não lh'o conto
Vive sonhando

E sedentíssimo
Aos demónios meus as boas novas
Beijo-os tristalegre
E evito-a espontâneo

Roído e Cansado

Culpado me sinto
Nem sinto porquê
Roi-me cá dentro
Faz-me pensar

Penso roído
Roi-me pensar
Sensação mais ruim
Esta de estar

Roído, sentido
Sentado a pensar
Penso roído
Quero chorar

Roi-me o ouvido
A boca, o olhar
Penso roído
Rói-me a dobrar

Vícios e Amores

Brado ao céu em tom de auxílio
Queria eu compreender
O porquê de tamanho asilio
Que é este meu viver
Já sem forças olho cansado
E farto de me repetir
É aí que algo me puxa
E me mete a reflectir

Olho eu p'ro céu azul
Bem clarinho, lindo céu
Ganho vontade de viver
Aproveitar o tempo meu

Retorno agora à vida minha
Mas beijando todas as flores
Tanto beijo, tanto beijo
Não encontro meus amores

Almas de Luto

Rosas ao vento
Facas que me atravessam
O sabor do relento
Em paladares que não me interessam

De luto se vestem
Escutando a mim
Escuto, desaparecem
Riem-se...Enfim...

Melancolia

Aperta melancólico
Te escrevo possesso
Que sinto flagrante
O viver que me pesa

O reso amargo
Me olho pensador
Que a vida que vivo
Me sente sem dor

E eu apaixonado
A persinto empático
Que tanto me alteram
Como a Judas tesouros

E aqui sigo espontâneo
M'iludas fantástico

sexta-feira, maio 8

Alma Tua

Subjecção em olhos teus
Projectada pelos meus

Um momento
Uma fusão
E pelo vento
Pétalas de coração
Borbuletas de atracção
E almas nossas se tocando

Safiras tuas me atravessando
Rosas pelo ar
Cravos voando
A fragância do luar
Sonhos nus
Que nos querem sonhar

Subjecção em alma tua
Beija a minha, também nua

O Filho do Mar: Alaska


Cansado já não rumo
Aceno parado
O meu lutar não vale a pena
Escuto agora calado

Quero entender mais um pouco
Antes de voltar a lutar
Mas esse pouco faz-me louco
Só quero pescar

-Então actua bravo comparsa
E espeta, com tua lança
Que só não grita vitória quem disfarça
A ignorância da nossa esperança

E com o membro na alavanca
Apita valente o nobre sonoro
Que nos faz alerta 'tar e alertar
'Tar alerta p'ra lutar!
Luta, luta!
Faz-te ao mar...

sexta-feira, maio 1

A Pintura

Sabes o que é que sei
Que já sabia quando soube?
É que a sabedoria já o sabia
E quando soube, enganou-me

E eu senti-me burro
Numa burrice muito burra
E burro do meu ser
Fui borrando a pintura

E o pintor, com seu pincel
Dando estaladas na tela
Disse-me: "-Jovem, pinta agora
Ou então despede-te dela!"

E eu contente, fui pintando
E borrando com aquarela
Quando pintas, pinta sereno
Que a vida é curta, mas também é bela