quarta-feira, abril 22

Um Naco

Toda a gente quer um naco
O pobre quer um naco
O rico quer um naco
O forte quer um naco
E ái daquele que for fraco

O branco quer um naco
O negro quer um naco
Quem é o humano para não querer também?
Senão um simples macaco?

O homem quer um naco
A mulher quer um naco
Até a presa quer
E diz o predador:
"-É aí que eu ataco!"

Eu quero um naco
Tu queres um naco...

Pena...


É pena haver pena
Quando a pena já não há
E penar nesta pena
Que a pena me dá

E assim penando vou vivendo
E vivendo vou penando
Quando a vida me dá pena
Peno a pena, penando

Tanto peno que já dá pena
E diz a Pena brincando
"-Mesmo que penasses com muita pena,
Ainda não penavas como eu ando."

Noite de Natal

Janela de sala
Esconde um lugar
Preso no espaço
Cativa um olhar

Aguça a vontade
De sonhar acordado
Olho para lá
Só por um bocado

Vejo-me a mim
Com minha família
É Noite de Natal
O pinheirinho é a mobilia

Debaixo do pequeno
Três prendas sozinhas
Todos sorrindo
A ver as prendinhas

Já é meia noite
Embrulhos p'ro ar
E diz a avó
"-Vamos deitar!"

E assim passou
Mais uma noite de Natal
Quem me dera ter estado
Naquela noite especial

quarta-feira, abril 15

O Gosto que Nasce

Gosto de escrever
Faço-o porque gosto
Também gosto de ler
Mas é de escrever que eu mais gosto

Escrevo com gosto
Com gosto escrevo
Se não escrevesse com gosto
Não tinha relevo

É relevante gostar
Daquilo que escrevo
Gosto com relevo
E escrevo, escrevo, escrevo...
Aquando de um sonho, estas palavras sopraram em meu inconsciente:

"Sabendo que vou morrer, prefiro morrer a andar na estrada do que na piscina"