segunda-feira, maio 25

Solidão, Em Meu Quarto Deitado

Sozinho, em meu quarto deitado
Vejo a luz lá de fora, amarela, pelas percianas
Sinto que sou a única pessoa no mundo
E que escrevo para não me esquecer disso
A televisão avariada, preta e grande
Sempre me fez companhia
Noite e dia, noite e dia
A mochila lá ao canto
Já cansada de anos tantos
Guarda histórias de alegria
De cheiros a lápis de carvão, e borrachas verdes
O armário gigantesco, lá ao fundo
Esconde mais de mil e um mundo
E eu sempre me escondia lá, desde os tempos de miúdo
Estrelas no topo, no tecto
E uma lua cheia, bem grande
Os cometas passam pelas paredes
Como que por mim gritando
Um tapete, um candeeiro
A persiana, já coberta de nevoeiro
Sei que estou sozinho
Sei que estarei só, esquecido, abandonado
Sei que isto eu sei
Sei tudo isto, só, em meu quarto deitado

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